CABANAGEM - 1835
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CABANAGEM - 1835
"Corajosos
Paraenses, valentes defensores da Pátria e da Liberdade! Depois de nove dias de
fogo mortífero com outras tantas noites, estamos senhores da formosa Belém,
capital da província! Os dois estrangeiros Manuel Jorge Rodrigues e João
Taylor lá se vão de fugida e duma maneira vergonhosa: o primeiro à frente de
seus aguerridos e briosos batalhões de voluntários, e o segundo à frente de
sua esquadra de intrépidos marinheiros! Esta cidade, que ainda há poucos dias
era governada por um presidente rebelde, apresentava um quadro risonho e
encantador. Girava o comércio, funcionavam todas as repartições públicas,
havia sossego, paz e ordem. Hoje o que vemos nós? Com dor o digo, esta tão
bela cidade, tão cheia de encantos, está reduzida a um montão de ruínas!
Para todas as partes, onde lançamos as nossas vistas, só vemos a imagem da dor
e da tristeza!
"Amados
patrícios! Seremos nós os responsáveis perante Deus por tantos males que hoje
pesam sobre o Pará? Certamente que não. Os dois monstros e fugitivos
estrangeiros Jorge e Tayior serão os únicos responsáveis diante do Ser
Supremo e perante a história, pelas grandes desgraças que hoje pesam sobre a
inocente família paraense! Amparo e proteção para milhares de famílias
inocentes, que neste momento estão sob nossa guarda! Seja cada um de vós um
pai, um protetor da inocência desvalida! Procedendo assim bem teremos merecido
da pátria e das gerações futuras.
"Meus
amados patrícios! Eu vos afiancei que o infame e opressor jugo estrangeiro
havia de cair por terra e que seríamos os vencedores. Realizaram-se os meus
bons desejos e gratas esperanças. Vós sois dignos do nome paraense! Vós
todos, soldados da liberdade, estais coberto de glória pelo vosso patriotismo,
valor e constância! Os nossos inimigos são os primeiros a confessar o vosso
valor e heroismo! Nos combates desesperados que sustentamos, eu fui o que menos
fiz: porém sempre me achei ao vosso lado e onde havia perigo. Era um dever de
honra a cumprir. A nossa obra ainda não está concluída, ainda resta muito a
fazer. Antes de tudo, peço-vos que modereis o vosso ardor guerreiro, e amanhã
ou depois teremos que aclamar um presidente que mereça a nossa estima, confiança
e respeito. Dignos chefes de todas as colunas, vós todos sois merecedores dos
maiores louvores e elogios pelo vosso valor, firmeza de caráter e lealdade.
Vivam os descendentes dos Ajuricabas e Anagaíbas! Vivam os paraenses livres!
Viva o Pará!"
Paraenses, valentes defensores da Pátria e da Liberdade! Depois de nove dias de
fogo mortífero com outras tantas noites, estamos senhores da formosa Belém,
capital da província! Os dois estrangeiros Manuel Jorge Rodrigues e João
Taylor lá se vão de fugida e duma maneira vergonhosa: o primeiro à frente de
seus aguerridos e briosos batalhões de voluntários, e o segundo à frente de
sua esquadra de intrépidos marinheiros! Esta cidade, que ainda há poucos dias
era governada por um presidente rebelde, apresentava um quadro risonho e
encantador. Girava o comércio, funcionavam todas as repartições públicas,
havia sossego, paz e ordem. Hoje o que vemos nós? Com dor o digo, esta tão
bela cidade, tão cheia de encantos, está reduzida a um montão de ruínas!
Para todas as partes, onde lançamos as nossas vistas, só vemos a imagem da dor
e da tristeza!
"Amados
patrícios! Seremos nós os responsáveis perante Deus por tantos males que hoje
pesam sobre o Pará? Certamente que não. Os dois monstros e fugitivos
estrangeiros Jorge e Tayior serão os únicos responsáveis diante do Ser
Supremo e perante a história, pelas grandes desgraças que hoje pesam sobre a
inocente família paraense! Amparo e proteção para milhares de famílias
inocentes, que neste momento estão sob nossa guarda! Seja cada um de vós um
pai, um protetor da inocência desvalida! Procedendo assim bem teremos merecido
da pátria e das gerações futuras.
"Meus
amados patrícios! Eu vos afiancei que o infame e opressor jugo estrangeiro
havia de cair por terra e que seríamos os vencedores. Realizaram-se os meus
bons desejos e gratas esperanças. Vós sois dignos do nome paraense! Vós
todos, soldados da liberdade, estais coberto de glória pelo vosso patriotismo,
valor e constância! Os nossos inimigos são os primeiros a confessar o vosso
valor e heroismo! Nos combates desesperados que sustentamos, eu fui o que menos
fiz: porém sempre me achei ao vosso lado e onde havia perigo. Era um dever de
honra a cumprir. A nossa obra ainda não está concluída, ainda resta muito a
fazer. Antes de tudo, peço-vos que modereis o vosso ardor guerreiro, e amanhã
ou depois teremos que aclamar um presidente que mereça a nossa estima, confiança
e respeito. Dignos chefes de todas as colunas, vós todos sois merecedores dos
maiores louvores e elogios pelo vosso valor, firmeza de caráter e lealdade.
Vivam os descendentes dos Ajuricabas e Anagaíbas! Vivam os paraenses livres!
Viva o Pará!"
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